30.4.11

As vezes queria que existisse uma porta que me levasse a algum lugar onde eu esqueceria tudo e todos. Seria um lugar onde eu me sentiria protegida toda vez que o mundo desabasse sobre mim.
Tudo ficaria do lado de fora e só eu teria a chave.
Que bom seria se essa porta existisse, que bom seria ...

29.4.11

Aquilo que é bom assusta.
O que parece ser bom, chama atenção.
E o que não é bom, convence.

Uma garota abandonada.

Em tempos de calor, sente frio.
Em meio a multidão, se sente sozinha.
Iluminada por tantas luzes e na escuridão.
Fazendo parte de tantas vidas e não significando nada em nenhuma delas.
Dormindo e ao mesmo tempo acordada, perdendo noites de sono.
Demonstrando felicidade e triste.
Rodiada de amigos, mas carente de amor.
Acredite, ela está viva, mas ao mesmo tempo morta.
Uma garota abandonada precisa de uma direção, seguir com os pés no chão, confiar mais em e fazer de sua vida um recomeço a cada fim.

28.4.11


Pessoas. Em qualquer lugar do mundo. Cada uma com seus problemas, cada uma seguindo seu destino. Pessoas, andam de um lado para o outro, vazias .. se esbarram, se olham e quase nunca se cumprimentam. Daqui do alto vejo todas elas, algumas fingem me ver, outras nem reparam, mas eu estou aqui e as vejo. Todos os dias observo cada movimento, marco cada passo, sei de cada detalhe. Quem fala com quem, quem só observa, quem pega ônibus, quem prefere andar e até quem tem medo de atravessar a rua.
De longe vejo tudo, posso até ver minha querida mãe... óh que falta me faz. Daqui do alto consigo conhece-las, mas não, ao contrário do que você pensa não quero descer e encarar essa multidão. Corro risco de passar despercebida, como aquela moça que pega o ônibus das 6 e aquele rapaz que sempre põe a mão no bolso, mas nunca tem dinheiro para o táxi. Não vou conseguir olhar os que me chamam atenção. Já não quero mais fazer parte dessa festa de correria chamada vida.
A muito tempo eu tinha um nome, me chamava Clara, conheci muitas pessoas, mas ao mesmo tempo não sabia quem elas eram de verdade e por consequência disso acabei vindo morar aqui.
Hoje me chamo anjo e vivo neste lugar, onde as pessoas são iguais, onde não existe pressa e nem indiferença. Longe do que magoa e machuca, aqui sei o que é a verdadeira paz!

27.4.11

Me diga, o que está esperando?

Converse comigo, abra o jogo, dê as cartas de uma vez, diga que me odeia, que não me quer mais e até que nunca me amou.
Ou então não me ligue, não me procure, não me sinta. Apague minhas mensagens, rasgue minhas cartas e não me escreva mais.
Por favor, só faça alguma coisa, me tire dessa dúvida de um amor sem certeza.
Me abandone de vez e deixe-me curar essa dor, ou fique aqui e deixe-me ser seu único amor.

22.4.11

Parei de reclamar.
Olhei-me no espelho e me dei conta de que tenho duas pernas, dois braços e de que consigo me levantar e caminhar sozinha.

Parei de sentir pena de mim.
Vendo as notícias, percebi que nunca sofri com a perda de um filho e que não sei o tamanho da dor de ter perdido tudo.
Parei de chorar.
Percebi que meus motivos são muito pequenos e que eu deveria viver sorrindo, pois a vida é muito curta e passa rápido.

Parei de me importar.
A opinião dos outros não pode ser mais forte que a minha, tenho que lutar e defender aquilo que acho certo.
E no final, parei de gostar de mim. Me dei conta de que gostar é muito pouco e comecei a me amar!