2.2.11

Posso me sentar?

Me chamo Carla, tenho 27 anos e sou casada, ou pelo menos era até tudo acontecer ...
Há 5 anos na faculdade conheci o Pedro, um cara incrível, foi amor a primeira vista e sem ter muita intimidade eu já sabia que ele era o homem da minha vida. As coisas foram acontecendo entre a gente e logo resolvemos assumir um compromisso, ele se mostrava muito apaixonado por mim, sempre me ligava, flores a qualquer hora e presentes sem data especial. As coisas foram muito intensas e nosso amor parecia não ter fim. Depois de dois anos recebi a notícia de estar grávida, foi uma loucura, a princípio eu fiquei meio confusa em relação ao Pedro, mas logo que dei a notícia, ele me abraçou e disse que iríamos ser muito felizes e que esse bebê era o fruto do nosso amor.
Depois que o Arthur nasceu as coisas ficaram um pouco diferentes, o Pedro fazia tanta questão de exibir nosso filho para os amigos e conhecidos que acabava se esquecendo de mim, no início eu levava naturalmente, afinal era o primeiro filho dele, ele estava radiante. Mas depois que o Arthur foi crescendo o Pedro já não me olhava mais, eu me sentia um trapo, ele já não dizia que me amava, não me levava pra sair e a desculpa era sempre a mesma: ''temos que dar atenção para o nosso filho''. Eu fui cansando e numa certa noite resolvi sair um pouco, me arrumei, vesti minha melhor roupa e decidi esfriar a cabeça. Nesta noite resolvi ir à um barzinho longe de casa, conhecer pessoas novas e me divertir. Estava tudo calmo até eu sentir uma mão sobre meu ombro que dizia: Posso me sentar? Quando me virei dei de cara com um homem alto, moreno, muito bem vestido e que me pareceu ser incrível! Deixei que se sentasse comigo. Conversamos a noite toda sobre vários assuntos, eu falei da minha vida e ele contou sobre a dele.
Foi uma noite inesquecível, ao nos despedirmos ele pediu meu telefone, a princípio eu disse que não, expliquei que era casada e ele entendeu, mas logo mudei de idéia e dei meu número. Pedi que ele entendesse se eu não atendesse as ligações, ele por sua vez me disse que estava tudo bem e que era paciente. (Quando ele foi embora me dei conta da burrada que tinha feito) Eu era casada e mesmo em crise eu não podia magoar o Pedro. Depois de dois dias meu celular tocou, era ele ... Pensei em não atender, mas não resisti, acabei atendendo. Ele logo perguntou se eu podia falar, eu disse que sim. Muito educado então, ele disse que não queria me atrapalhar, mas que não parou de pensar em mim e que queria me ver, naquele momento me passou a imagem do Pedro de antes e do Pedro de hoje, e eu respondi: sim, vamos nos ver! Nos encontramos no mesmo lugar, conversamos e ele me disse que eu era linda e que não merecia a vida que tinha, foi incrível como ele disse exatamente o que eu pensava. Passaram-se 3 meses e eu fui me envolvendo cada vez mais, comecei a ficar diferente com o Pedro, a sair mais, me arrumar melhor e a essa altura eu já tinha traido meu marido. No início de tudo eu me recusei a beijar outro homem, mas ele era tão envolvente e me dava tanta atenção que eu me apaixonei, chegou a um momento em que pensei em me separar. Já não aguentava mais aquela situação de manter dois relacionamentose e o pior de tudo, era que o Pedro me ignorava cada vez mais.
Então decidi contar tudo, abrir meu coração e dizer toda verdade sobre meu amante, realmente estava disposta a me separar, antes pensei muito no meu filho, mas o Marcelo me disse que iria ficar comigo e com o Arthur. Aceitei a proposta, chamei o Pedro para uma conversa séria, mas antes que eu falasse alguma coisa ele me abraçou forte, olhou nos meus olhos, derramou lágrimas e disse: ''Amor, sei que desde que o Arthur nasceu eu tenho deixado você de lado, tenho te abandonado e minha atenção não é mais a mesma. Sei que errei, sei que te magoei muito, já não sou aquele Pedro por quem você se apaixonou, mas quero que saiba que você ainda é o amor da minha vida e estou disposto a mudar e a voltar a ser aquele homem que te conquistou, prometo, me perdoa''. Foi o fim, naquele momento eu não sabia mais o que fazer, não sabia se chorava junto com ele ou se contava toda verdade, mas no fundo eu sabia que se contasse eu seria um monstro e que se tudo que ele me disse fosse verdade a minha vida voltaria a ser como era antes. Então abraçei o Pedro e disse que estava disposta a perdoa-lô e que tudo iria ficar bem, mesmo sabendo que estava errada, ele não poderia saber de tudo naquele momento.
Ele disse que precisava sair, mas que voltava logo, pegou o carro e saiu sem dizer pra onde iria. A noite passou e nada dele voltar, fiquei preocupada, com medo, o celular desligado e eu sem notícias. Foi a pior noite da minha vida, meu coração apertado, o Arthur não dormia e o Pedro não chegava. Não consegui dormir e quando amanheceu meu telefone tocou, era a polícia. Eles disseram que o Pedro havia sido encontrado morto, um acidente na estrada, pronto ... Eu não quis escutar o resto, o telefone caiu e eu não contive as lágrimas. Meu chão se abriu, meu filho sem entender chorou comigo. O mundo havia desmoronado sobre mim, o Pedro, o meu Pedro estava morto e sem saber que eu fui uma burra, que traí sua confiança e mais do que isso menti quando poderia ter aberto o jogo. Depois de umas semanas o Marcelo me ligou e eu expliquei tudo pra ele, e antes que eu terminasse ele foi super grosso comigo, disse que não queria ficar com uma viúva e com um bastardo e desligou. Naquele momento, me senti a pior pessoa do mundo, passou um filme na minha cabeça e tudo tinha acabado! Eu não tive escolha a não ser sumir daquele lugar com meu filho nos braços e com a culpa de nunca ter dito a verdade. Hoje me arrependo de tudo que fiz, destrui minha família, meu casamento e por culpa minha o amor da minha vida estava morto. Nunca minta quando pode dizer a verdade e sempre, SEMPRE se despeça de quem ama com palavras bonitas, pois pode ser a última vez que você vai vê-la.

Um comentário:

  1. Namoral , cada dia mais você me surpreende com sua criatividade e histórias! tá de parabéns esse texto é mtt lindo, gostei muito beijos Patrícia

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